ONDE SE AUSCULTA O SABER ANCESTRAL: SONHO, XAMANISMO E PERSPECTIVISMO AMERÍNDIO EM MEU VÔ APOLINÁRIO, DE DANIEL MUNDURUKU

Autores/as

  • Cristhyan Emanoel Monteiro Gomes

Palabras clave:

Literatura Indígena, Xamanismo, Daniel Munduruku, Perspectivismo

Resumen

O presente artigo tem como objetivo central traçar reflexões acerca da práxis xamânica, do perspectivismo ameríndio e da instituição do sonho, a partir da narrativa Meu Vô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória (2001), do escritor indígena Daniel Munduruku. Dessa forma, analisamos como esses três elementos traduzem maneiras ancestrais de vida e de existência, retratando uma parcela da cosmovisão do povo munduruku, em sua dimensão social, política e espiritual. Com isso, o instrumental teórico utilizado apoia-se sobretudo em textos de ordem antropológica, etnográfica e filosófica. Tal percurso define metodologicamente a pesquisa enquanto um estudo bibliográfico. São utilizadas, portanto, as contribuições de Alencar (2001), Dias (2018; 2021), Fernandes (1993), Higgins (2023), Kopenawa & Albert (2015), Krenak (2018; 2022), Langdon (1996), Loures (2017), Moreira & Loures (2021), Munduruku (2000; 2018), Murphy (1954; 1958), Sztutman (2005), Viveiros de Castro (1996; 2012a; 2012b). Concluímos que as três propriedades em pauta, presentes na cosmogonia do povo munduruku, estão intrinsecamente articuladas e, dessa forma, integradas. Portanto, o que observamos na narrativa é uma legítima projeção de um modo de vida baseado no bem-viver indígena.

Publicado

2025-09-05